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Abstract

Este relatório analisa o papel do diálogo social e da negociação coletiva na abordagem dos desafios criados ou exacerbados pela pandemia de COVID-19 no setor hospitalar. Também explora se o diálogo social e os processos de negociação coletiva existentes a nível nacional foram adaptados a fim de enfrentar estes novos desafios. A investigação incluiu uma revisão bibliográfica para contextualizar as características estruturais do setor hospitalar e uma análise das iniciativas políticas para gerir a crise implementadas em toda a UE27 e na Noruega. Os resultados indicam que o nível e a natureza do envolvimento dos parceiros sociais em respostas pandémicas variaram em toda a Europa. O diálogo social e a negociação coletiva desempenharam um papel proeminente em alguns países, enquanto noutros os parceiros sociais estiveram menos envolvidos. Embora não tenham sido identificadas mudanças substanciais nas instituições e processos de diálogo social, a amplitude das questões com que lidam expandiu-se para além das áreas tradicionais do emprego e das condições de trabalho.

Key findings

Em países com uma longa tradição de cooperação entre os parceiros sociais, o diálogo social e a negociação coletiva desempenharam um papel proeminente na abordagem de alguns dos desafios colocados pela pandemia de COVID-19 ao setor hospitalar. As negociações entre os parceiros sociais foram cruciais para, entre outras questões, acordar as mudanças na organização do trabalho necessárias para enfrentar a crise sanitária e a atribuição bem-sucedida de financiamento e recursos adicionais.

Durante a crise de COVID-19, o diálogo social e a negociação coletiva foram essenciais para encontrar soluções para os desafios no setor hospitalar em alguns países onde normalmente não desempenham um papel proeminente. A Bulgária, Chipre, República Checa, Estónia e Malta, por exemplo, assistiram a um reforço do diálogo social no setor hospitalar. Em contrapartida, nos países mais afetados pelas medidas de austeridade no setor da saúde após a crise financeira de 2007-2008, nomeadamente, Grécia, Portugal e Espanha, e cujos sistemas de saúde não tinham recuperado totalmente dos cortes de pessoal e dos congelamentos salariais desse período, os governos implementaram legislação sem o envolvimento dos parceiros sociais, que desempenharam um papel limitado na gestão da resposta global.

Durante a pandemia, os parceiros sociais do setor hospitalar envolveram-se em temas que ultrapassam as questões tradicionais de remuneração e tempo de trabalho. A necessidade de assegurar a capacidade da mão de obra nos hospitais exigiu muitas vezes o seu envolvimento na adaptação das práticas de organização do trabalho e na reafetação do pessoal e noutras medidas relacionadas com a proteção da saúde e segurança do pessoal.

A pandemia exacerbou a atual escassez de pessoal e é provável que conduza a uma maior concorrência internacional para o recrutamento de trabalhadores da saúde. Os parceiros sociais deste setor estão cada vez mais preocupados com o impacto que os elevados níveis de stresse e volume de trabalho podem ter na retenção de pessoal, uma vez que estes são fatores muitas vezes associados à intenção dos trabalhadores de abandonar o setor.

As conclusões revelam que nos casos em que o diálogo social e a negociação coletiva desempenharam um papel proeminente na abordagem dos desafios enfrentados pelo setor hospitalar durante a pandemia de COVID-19, as respostas foram melhores e mais rapidamente desenvolvidas. Isto realça como o bom funcionamento do diálogo social e da negociação coletiva são cruciais para um setor hospitalar forte e podem aumentar a preparação da UE para potenciais crises sanitárias futuras.

The report contains the following lists of tables and figures.

List of tables

  • Table 1: Distribution of social dialogue and collective bargaining practices, by type of social partner involvement and issues covered
  • Table 2: Bargaining level of pay initiatives addressed in social dialogue and collective bargaining rounds
  • Table 3: Summary of major developments in social dialogue and collective bargaining in the hospital sector during the COVID-19 pandemic in different industrial democracy clusters

List of figures

  • Figure 1: Change in employment in the hospital sector (%), EU Member States, 2015–2020
  • Figure 2: Share of hospital employment out of total employment (%), EU Member States and the United Kingdom, 2015 and 2020
  • Figure 3: Breakdown of hospital doctors by gender (%), EU Member States and Norway, 2019
  • Figure 4: Breakdown of hospital doctors by age (%), EU Member States and Norway, 2019
  • Figure 5: Ratio of nurses and midwives to doctors in hospitals (full-time equivalents), EU Member States, Norway and the United Kingdom, 2019 or most recent data available
  • Figure 6: Share of temporary employment in hospital sector and total employment (%), EU Member States, 2020
  • Figure 7: Share of part-time employment in hospital sector and total employment (%), EU Member States, 2020
  • Figure 8: Share of foreign-trained doctors in country (%), EU Member States, Norway and the United Kingdom, 2019
  • Figure 9: Share of foreign-trained nurses in country (%), EU Member States, Norway and the United Kingdom, 2019
  • Figure 10: Distribution of hospital beds (%), by type of ownership, EU Member States, 2019
  • Figure 11: Remuneration of nurses and doctors (salary ratio to national average wage), EU Member States, Norway and the United Kingdom, 2019
  • Figure 12: Wages of hospital nurses and specialists in selected central and eastern European countries, 2010–2019
  • Figure 13: Wages of hospital nurses and specialists in Greece, Ireland, Italy, Portugal and Spain, 2010–2019
Number of pages
52
Reference nº
EF21030
ISBN
978-92-897-2296-4
Catalogue nº
TJ-05-22-381-EN-N
DOI
10.2806/660968
Permalink

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